Reviva Ambiental

Substituição de Lagoas Aeradas e de Decantação por uma ETE de Lodos Ativados

Lagoas de Aeração e Lodos Ativados

Uma Alternativa para Melhorar a Eficiência e Expandir sua Indústria

Introdução: 

Nas décadas de 1960 a 1990, o planejamento da implantação de indústrias no Brasil era marcado pela disponibilidade de terrenos amplos, muitas vezes cedidos por governos municipais e estaduais para incentivar a expansão industrial. O custo dessas áreas era relativamente baixo se comparado ao custo de importação de maquinário e à execução da infraestrutura fabril. Indústrias de setores com elevada carga poluidora, como petroquímica, farmacêutica, papel e celulose, mineração e cana de açúcar, optaram pela construção de Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) baseadas em Lagoas Aeradas e de Decantação. Essas estações utilizavam grandes extensões de terreno, uma vez que os requisitos de espaço não representavam um obstáculo significativo na época, e a operação das lagoas era bastante simplificada.

Contudo, à medida que o tempo passou, os terrenos industriais, antes abundantes e baratos, tornaram-se escassos e os preços imobiliários dispararam. A expansão fabril enfrentou novos desafios, exigindo soluções que maximizam o uso do espaço disponível sem comprometer a eficiência das operações, principalmente no que se refere ao tratamento de efluentes, que se tornara um aspecto crucial para a continuidade das atividades industriais e o cumprimento das legislações ambientais.

Uma Solução para Expandir sem Adquirir Novos Terrenos:

Para indústrias consolidadas que ainda operam com ETEs compostas por Lagoas Aeradas e de Decantação, a substituição por um sistema de Lodos Ativados oferece uma alternativa tecnicamente viável e economicamente vantajosa. Além de liberar espaço significativo para expansão fabril, este sistema apresenta maior eficiência no tratamento de efluentes. As lagoas, que demandam grandes áreas para operação, podem ser desativadas e substituídas por sistemas compactos e de alta performance, que mantêm a qualidade do tratamento mesmo com volumes muito menores de reservação.

Diferenças Técnicas entre Lagoas Aeradas e Lodos Ativados: 

Embora ambos os sistemas sejam aeróbios e promovam a oxidação da matéria orgânica, suas diferenças conceituais influenciam diretamente na eficiência e no espaço necessário para sua operação:

  • Recirculação de lodo: Nas Lagoas Aeradas, não há recirculação do lodo da lagoa de decantação para o compartimento de aeração. Isso significa que o tempo de detenção hidráulica (TDH) corresponde diretamente à idade do lodo, o que exige grandes volumes de reservação para alcançar idades de lodo mais avançadas, necessárias para aumentar a eficiência na remoção de matéria orgânica.
  • No sistema de Lodos Ativados, há recirculação contínua do lodo do decantador para o reator aerado, o que permite operar com tempos de detenção muito menores, mas com idades de lodo bastante avançadas. Essa recirculação “aprisiona” os sólidos no sistema, permitindo uma maior eficiência no tratamento com volumes significativamente menores.
  • Período de remoção de lodo: As Lagoas de Decantação são projetadas para reter o lodo por longos períodos, variando de 2 a 5 anos, o que simplifica a operação, mas exige grandes volumes de armazenamento. Em contrapartida, no sistema de Lodos Ativados, o lodo é removido com frequência, em intervalos de dias ou semanas, necessitando de processos subsequentes, como estabilização, adensamento e desidratação antes do descarte final. Esse processo, embora mais complexo, permite que o sistema de Lodos Ativados opere com volumes de reservação muito menores.

Exemplo Prático: 

Considerando o tratamento de esgoto sanitário com uma vazão média de 1.000 m³/dia, podemos ilustrar a diferença de volume exigido por cada sistema:

  • No sistema de Lagoas Aeradas, o tempo de detenção hidráulica típico varia entre 2 a 4 dias. Adotando um TDH de 3 dias, o volume útil da Lagoa de Aeração seria de 3.000 m³. Para a Lagoa de Decantação, com TDH de 2 dias, o volume útil seria de 2.000 m³, totalizando 5.000 m³ de volume útil, o que exige uma vasta área para implantação.
  • No sistema de Lodos Ativados, o TDH no reator aerado varia de 6 a 8 horas. Adotando 7 horas, o volume útil necessário seria de apenas 290 m³. No decantador, o TDH seria de aproximadamente 2 horas, resultando em um volume de 83 m³. O volume total desse sistema seria, portanto, 373 m³, representando uma economia de mais de 90% em relação ao sistema de Lagoas Aeradas.

Essa redução no volume não apenas libera espaço físico na planta industrial, mas também permite que o sistema de Lodos Ativados opere com maior eficiência, removendo matéria orgânica e nutrientes com mais eficácia, mesmo com volumes menores.

Conclusão:

 A substituição de Lagoas Aeradas e de Decantação por um sistema de Lodos Ativados é uma solução técnica altamente eficaz para indústrias que precisam otimizar o uso do terreno industrial, ao mesmo tempo em que melhoram a eficiência do tratamento de efluentes. Com a crescente pressão por soluções sustentáveis e o aumento dos custos imobiliários, essa mudança oferece uma oportunidade única para ampliar a capacidade produtiva sem a necessidade de aquisição de novos terrenos. A recirculação de lodo, o controle preciso da idade do lodo e a redução significativa dos volumes exigidos tornam o sistema de Lodos Ativados uma escolha superior em termos de eficiência, espaço e sustentabilidade.

Se sua indústria está em busca de soluções para expandir sua área fabril sem comprometer o tratamento de efluentes, a Reviva Ambiental pode oferecer o suporte técnico especializado. Desde o diagnóstico e projeto até a implementação, garantimos que seu sistema de Lodos Ativados funcione de forma otimizada, cumprindo todas as exigências ambientais e operacionais. Entre em contato com a Reviva Ambiental e descubra como podemos ajudar sua empresa a crescer de forma eficiente e sustentável.

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