Reviva Ambiental

Boas Práticas Operacionais para Redução da Carga Poluidora no Efluente de Entrada da ETEI

boas práticas operacionais na indústria

Introdução

O desempenho de uma Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) está diretamente relacionado à qualidade do efluente bruto que ela recebe. Dessa forma, a adoção de boas práticas operacionais na indústria pode reduzir significativamente a carga poluidora, melhorando a eficiência dos processos físico-químicos e biológicos, diminuindo o consumo de insumos e facilitando o atendimento aos parâmetros de lançamento estabelecidos por legislações ambientais.

Este artigo apresenta um conjunto de boas práticas operacionais que atuam na fonte geradora, promovendo o controle da poluição na origem e contribuindo para o bom desempenho da ETEI.

1. Substituição de Agentes Oxidantes Agressivos (Hipoclorito de Sódio)

O uso intensivo de hipoclorito de sódio (NaClO) em procedimentos de sanitização — principalmente na lavagem de pisos e equipamentos — pode ser prejudicial aos sistemas biológicos de tratamento de efluentes. Resíduos de cloro livre inibem ou eliminam microrganismos essenciais à degradação da matéria orgânica.

Recomendação técnica:

  • Substituir o hipoclorito por detergentes biodegradáveis com baixo impacto residual.
  • Implementar sistemas de pré-neutralização do efluente com excesso de oxidantes antes da ETEI.

Como resultado, essas boas práticas operacionais na indústria contribuem para preservar os microrganismos responsáveis pela eficiência do tratamento.

2. Uso de Sabonete Glicerinado Neutro nas Áreas de Higiene Pessoal

Sabonetes antibacterianos com triclosan, quaternários de amônio e tensoativos sintéticos aumentam a carga de compostos orgânicos recalcitrantes e dificultam os processos de biodegradação.

Recomendação técnica:

  • Padronizar o uso de sabonetes glicerinados neutros, com biodegradabilidade comprovada.
  • Evitar produtos com agentes bactericidas de amplo espectro nas áreas não críticas.

Essa prática, embora simples, é altamente eficaz e se enquadra nas boas práticas operacionais na indústria voltadas à proteção da ETEI.

3. Controle e Retenção de Óleos e Gorduras na Fonte

A introdução de OG (óleos e gorduras) no sistema de coleta pode levar à obstrução de tubulações, à flotação deficiente e à sobrecarga de reatores anaeróbios.

Boas práticas:

  • Instalação de caixas separadoras de gordura em áreas críticas.
  • Limpeza periódica e descarte adequado do material retido.
  • Uso de peneiras ou decantadores locais para interceptação de sólidos graxos.

Assim, o controle de OG na origem é uma das mais relevantes boas práticas operacionais na indústria, especialmente em setores alimentícios e químicos.

4. Segregação de Águas Pluviais e Efluentes Industriais

O lançamento de águas pluviais na rede de coleta de efluente industrial dilui cargas poluidoras, altera a relação DBO/DQO e provoca variações de vazão que afetam a performance hidráulica e o tempo de detenção hidráulico (TDH) da ETEI.

Boas práticas:

  • Implantar redes pluviais independentes.
  • Inspecionar caixas de passagem e poços de visita quanto a interligações indevidas.
  • Instalar válvulas de retenção e sistemas de bloqueio em pontos estratégicos.

Essa segregação é essencial e reforça a aplicação inteligente de boas práticas operacionais na indústria.

5. Educação Ambiental e Capacitação Operacional

A manutenção da qualidade do efluente depende da cultura operacional da empresa. Treinamentos periódicos e programas de conscientização reduzem práticas inadequadas, como o descarte de resíduos sólidos ou químicos em ralos e canaletas.

Boas práticas:

  • Programas de capacitação técnica para operadores, faxineiros e pessoal de apoio.
  • Cartilhas visuais e sinalizações educativas em áreas estratégicas.
  • Indicadores de desempenho atrelados à conformidade ambiental interna.

Portanto, investir em educação contínua fortalece a adoção de boas práticas operacionais na indústria como política interna.

6. Monitoramento e Controle de Pontos Críticos de Geração de Efluente

O mapeamento da geração de carga orgânica permite identificar e priorizar ações em setores com maior potencial de poluição.

Ferramentas recomendadas:

  • Instalação de amostradores automáticos em setores críticos.
  • Medições frequentes de pH, temperatura, DQO, DBO e OG.
  • Equalização setorial do efluente para reduzir picos de carga.

Como efeito, o controle detalhado desses pontos críticos consolida a estratégia de boas práticas operacionais na indústria, com foco em prevenção e eficiência.

Conclusão

A implementação de boas práticas operacionais na indústria é um passo estratégico para a sustentabilidade ambiental e o desempenho técnico da Estação de Tratamento de Efluentes. A atuação na fonte geradora, por meio da segregação, retenção, substituição de insumos e educação contínua, garante maior estabilidade dos processos e reduz os custos operacionais e ambientais associados ao tratamento de efluentes.

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